Um rapaz de 20 anos de idade foi preso na manhã de ontem, pela Polícia Militar, depois de assassinar com requintes de extrema crueldade o dono de um bar improvisado localizado no bairro Campo Belo, em Campinas, às margens da Rodovia Miguel Melhado de Campo, próximo ao número 700.
Segundo a PM, Caio dos Santos de Oliveira, de 20 anos, depois de matar o travesti Genilson José da Silva, de 35, conhecido como Mãe Laura, que seria a dona do barzinho, teria pego cacos de vidros de garrafas quebradas durante a luta corporal e arrancado o coração da vítima, colocando o órgão num pano e levado para casa, na Rua Amadeo Silvestre Ramos, Jardim Marisa.
Antes de fugir pelo banheiro dos fundos, onde retirou algumas telhas, o acusado roubou R$ 250,00 da comerciante e gastou no comércio, tipificando aí o crime como latrocínio — roubo seguido de morte.
De acordo com o sargento Matheus Silva, do Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep), o crime foi descoberto quase que por acaso, porque durante patrulhamento de rotina realizado pela polícia no início da manhã de ontem, Caio demonstrou muito nervosismo ao ver a presença da viatura no Jardim Marisa, correu para dentro de um estabelecimento comercial e foi expulso pelo proprietário.
Ao ser contido pelos patrulheiros, ele teria dado informações desencontradas e, com muitas escoriações, teria confessado o crime com muita frieza e tranquilidade. “Ele disse que havia matado uma pessoa no Campo Belo e nos levou até o local.
Chegando lá encontramos a porta do bar abaixada e a vítima caída com um perfuração no tórax e sem o coração”, disse o sargento Silva. O coração da vitima foi localizado debaixo do guarda roupa da casa do acusado.
Ele não informou o que pretendia fazer com o órgão. Um aspecto que chamou a atenção dos policiais que foram até o local do crime foi que uma imagem de Nossa Senhora Aparecida estava jogada sobre a cabeça do travesti e havia muitas garrafas quebradas, o que evidencia que ambos entraram em luta corporal antes do latrocínio ser consumado.
O sargento Matheus Silva afirmou que familiares de Caio disseram que ele tem problemas psicológicos, mas não informaram de qual natureza ou gravidade. Até a tarde de ontem, a polícia esperava a chegada de familiares de Mãe Laura, que residem em Valinhos para descobrir a verdadeira identidade dele.
Na Segunda Delegacia Seccional de Polícia, onde o boletim de ocorrência estava sendo lavrado, o sargento disse ter ouvido de Caio a explicação para a prática de um crime tão brutal e chocante: “a de que ele teria recebido mensagens divinas para matar e arrancar o coração da vítima”.