O ex-policial militar Leonardo dos Reis Andrade, de 43 anos, enviou uma mensagem a um grupo de amigos em um aplicativo de conversas, na manhã desta segunda-feira (10), em que dizia “gente, fiz besteira”.
Segundo a Polícia Civil, o aviso foi dado após Andrade atirar e matar dentro de casa a mulher, Rosa Ana de Jesus Andrade, de 39 anos, e o filho, Bruno Aparecido Andrade, que completaria 22 anos nesta segunda-feira.
De acordo com o delegado Targino Osório, responsável pela investigação, o ex-policial morreu após atirar na própria cabeça. Ainda não se sabe o que teria motivado o crime.
“Ele mandou uma mensagem para um amigo dizendo que havia acabado com a família e que era para acionar a Polícia Militar para vir à casa dele”, afirma o delegado.
Uma carabina calibre 44, que teria sido usada no crime, foi apreendida ao lado do corpo do ex-policial.
Os corpos das vítimas foram levados ao Instituto Médico Legal (IML).
Em nota, a Polícia Militar informou que Andrade ingressou na corporação em 1997 e pediu exoneração em 2002.
Mensagem levou polícia à casa
Preocupado com a mensagem recebida no celular, por volta das 7h30, um amigo do ex-policial, que não quis se identificar, disse que telefonou várias vezes, mas que Andrade não atendeu às ligações. Ele decidiu ir até a casa, no bairro Bandeirantes, mas encontrou tudo trancado e os carros na garagem.
A Polícia Militar foi chamada e precisou pular o muro da residência vizinha para ter acesso ao imóvel. Dentro da casa, os policiais acharam Andrade morto no sofá. O filho e a mulher ainda estavam nas camas, o que sugere que eles tenham sido mortos enquanto dormiam.
Segundo o tenente da PM Rafael Wellington Tavela, os vizinhos não ouviram barulho de tiros.
Relação com a família
A cunhada de Andrade, Vera Lúcia de Andrade, diz que o ex-policial trabalhava atualmente como engenheiro em uma indústria de equipamentos industriais. Há três meses, ele havia aberto uma empresa, mas recebeu a proposta e aceitou ser empregado.
Vera afirma que o cunhado tinha uma relação tranquila com a mulher, mas era muito reservado e que havia mudado o comportamento nos últimos tempos. Segundo ela, Andrade não dava sinais de que pretendia cometer o crime.
“Eles combinavam bem, sempre saiam juntos, faziam caminhada juntos. Eram casados há mais de 22 anos. Ele era muito fechado e não estava se comunicando muito com a família, nem estava indo à casa do pai dele. Mas não sei o motivo.”
De acordo com Vera, a família não sabia que Andrade tinha armas em casa. Além da carabina, um revólver calibre 32 foi apreendido na casa pela polícia.