O corpo do cantor Gabriel Diniz chegou por volta de 5h desta terça-feira (28) ao ginásio de esportes Ronaldão, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa, para ser velado. Conhecido pelo hit “Jenifer”, Gabriel morreu na queda de um avião de pequeno porte junto com outras duas pessoas na tarde desta segunda.
O velório foi, inicialmente, fechado para familiares e amigos. O cantor Matheus, da dupla Matheus e Kauan, a youtuber e humorista Gkay e Renan da Resenha, também humorista, estavam entre os presentes. A cerimônia foi aberta ao público, que fazia fila desde a madrugada, às 8h. O sepultamento deverá ser realizado nesta tarde.
GD, como Gabriel Diniz era conhecido, estava no avião acompanhado de Linaldo Xavier e Abraão Farias, pilotos e diretores do Aeroclube de Alagoas. Eles faziam o trajeto entre Salvador e Maceió, para onde Diniz viajava para comemorar o aniversário da namorada, Karoline Calheiros.
A queda da aeronave foi na tarde de segunda no povoado Porto do Mato, em Estância, sul de Sergipe. O corpo foi liberado às 21h do Instituto Médico Legal de Sergipe (IML), em Aracaju, e chegou por volta de 3h30 ao aeroporto Castro Pinto, na região da Grande João Pessoa.
Fãs chegaram de madrugada para velório
Durante toda a madrugada, fãs começaram a ocupar a entrada do ginásio Ronaldão para acompanhar o velório. A primeira parte da cerimônia, das 5h às 8h, ficou restrita à pedido da família. Após entrar no ginásio, fãs passavam por uma espécie de corredor para se aproximar do caixão de Gabriel.
Uma missa, também aberta ao público, será celebrada pelo Padre Luiz Carlos por volta de 15h. Uma hora depois, às 16h, o corpo do cantor seguirá em cortejo em carro aberto do Corpo de Bombeiros para o Cemitério Parque das Acácias, no bairro José Américo. O sepultamento será restrito a parentes de Gabriel.
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Na noite do último domingo (26), Diniz havia feito um show em Feira de Santana (BA). Neste ano, ele deverá ser homenageado no São João de Campina Grande, agreste paraibano, onde ele se apresentou nos últimos seis anos e deveria fazer show neste ano.
Aeronáutica vai investigar o acidente
A Aeronáutica irá investigar as causas do acidente com o avião em que estava o cantor. Investigadores do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA II), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), farão a apuração inicial. Não há prazo para as investigações terminarem.
Documentos achados no local do acidente ao lado do passaporte de Gabriel Diniz mostram que a aeronave é um monomotor Piper Cherokee prefixo PT-KLO, fabricado em 1974, com capacidade máxima de três passageiros mais a tripulação, totalizando quatro assentos. O avião estava registrado em nome do Aeroclube de Alagoas.
A assessoria de imprensa do aeroclube informou que o avião estava com a manutenção em dia e em perfeito estado de conservação. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também divulgou nota informando que o avião estava em situação regular.
A aeronave tinha permissão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apenas para fazer voos de treinamento ou instrução e não era autorizado para táxi aéreo. Segundo o Aeroclube de Alagoas, o avião não estava sendo usado como táxi aéreo ou frete no momento do acidente, mas como carona.
Abraão Farias, um dos pilotos que morreu no acidente, seria amigo de Gabriel Diniz e teria ido passar o fim de semana com o cantor em Salvador. Na volta, ofereceu uma carona ao artista.
“Essa aeronave foi para Salvador porque os pilotos são amigos e são membros do Aeroclube de Alagoas, e também são diretores daqui. Então, eles locaram o avião aqui no aeroclube, pegaram o avião e foram para Salvador passar o fim de semana”, disse Abinadab Silva, piloto e diretor financeiro do Aeroclube de Alagoas.
Linaldo Xavier, que também morreu no acidente, tinha três anos de experiência como piloto. Farias era piloto desde 2012.
A Anac suspendeu as operações do Aeroclube de Alagoas, dono do avião. Outras 9 aeronaves que pertencem ao aeroclube foram interditadas e estão proibidas de voar.
Perfil do cantor
Gabriel Diniz tinha 28 anos e nasceu em Campo Grande (MS). Ele foi criado em João Pessoa (PB), onde morava, e teve uma banda com amigos da escola. GD era um astro do forró, mas transitava bem no sertanejo.
O estouro veio no segundo semestre do ano passado, com “Jenifer”, o grande hit do último verão. A música divertida sobre uma mulher encontrada no Tinder foi a primeira de Diniz a chegar ao topo das paradas de todo o Brasil.
Os maiores sucessos anteriores dele eram “Paraquedas”, com Jorge e Mateus (18 milhões de visualizações no YouTube) e “Acabou, acabou”, com Wesley Safadão (62 milhões). GD tinha empresários em comum com Safadão.
“Jenifer” foi escrita pelo grupo de compositores Big Jhows, originalmente para Gusttavo Lima. A interpretação de GD deu um tom mais leve e quase humorístico à letra.
“Ninguém achou que ia ser esse sucesso. Nem o pessoal do meu escritório, nem meu empresário. O Wesley [Safadão] não acreditou, ninguém acreditou. Foi uma aposta minha, sozinho mesmo”, declarou Gabriel em entrevista.