O Papa Francisco nomeou na manhã desta quarta-feira (15) o novo Arcebispo Metropolitano de Campinas. Dom João Inácio Müller assume o posto da Igreja Católica após ter sido designado pelo Vaticano no início do ano para investigar denúncias contra padre suspeito de abuso sexual nas regiões de Campinas, Piracicaba e São Carlos
A nomeação ocorre após um período de vacância no posto. Em 23 de junho do ano passado, o então Arcebispo Dom Airton José dos Santos foi destinado para a cidade de Mariana (MG).
Na ocasião, Monsenhor José Eduardo Meschiatti foi eleito Administrador Diocesano, e permanecerá no cargo até a posse do novo Arcebispo. Dom João Inácio Müller foi transferido da Diocese de Lorena (SP) e toma posse em 14 de julho, data do aniversário de Campinas.
A cerimônia será durante uma celebração campal na Praça José Bonifácio, em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição, às 15h.
“É com enorme alegria e esperança que acolhemos nosso novo Pastor, na certeza de que o Espírito de Deus iluminou os caminhos que o trouxeram a Campinas e o cobrirá com bênçãos abundantes, sob a intercessão da Mãe Imaculada, nossa Padroeira, para essa nova Missão que lhe é confiada pela Igreja de Jesus Cristo”, diz a nota oficial.
Dom João Inácio Müller é o 8º Bispo e o 6º Arcebispo da Arquidiocese de Campinas. Ele nasceu em 15 de junho de 1960 em Santa Clara do Sul (RS). É formado em filosofia e teologia e se ordenou padre em 1988.
A arquidiocese de Campinas abrange também os municípios: Elias Fausto, Hortolândia, Indaiatuba, Monte Mor, Paulínia, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Relembre a investigação
Em fevereiro deste ano, o Vaticano enviou Dom João Inácio Müller, então bispo da Diocese de Lorena, para apurar denúncias contra o padre Pedro Leandro Ricardo acusado de abuso sexual em três cidades: Americana, Limeira e Araras.
O bispo de Americana também é investigado. Dom Vilson é suspeito de ter acobertado os supostos abusos sexuais cometidos pelo padre. Moradores fizeram ato no fim de semana pedindo o afastamento dele.
Dom João Inácio ouviu mais de 20 pessoas entre padres, diáconos e fiéis, no período em que esteve na região. Essa investigação interna conduzida por ele está sob segredo canônico. A Polícia Civil pediu, na semana passada, prorrogação do inquérito que investiga os casos.