O Corpo de Bombeiros do Pará suspendeu agora à noite as buscas por desaparecidos, depois que uma balsa derrubou parte de uma ponte, na madrugada deste sábado (6), no município de Acará.

Ainda estava amanhecendo quando moradores gravaram as primeiras imagens da ponte.

Do alto deu para ver melhor o tamanho do estrago: 240 metros da ponte sobre o Rio Moju vieram abaixo. O acidente foi no início desta madrugada. Uma balsa carregada com resíduos de dendê passava por debaixo da ponte quando atingiu um dos pilares. Com o impacto, outros três pilares também desabaram e a parte central da pista desmoronou.

Wagner mora na beira do Rio e correu para frente de casa na hora da batida. “Eu me espantei com barulho muito forte e quando eu vi aquilo parece que era um efeito dominó, um atrás do outro caindo. Eu ainda pude ver ainda que o piloto já tinha pulado na água e deixou a embarcação por conta. Tentou dar ré para não bater, mas não teve jeito porque a maré estava com muita força”, conta Wagner Carvalho, vendedor.

Segundo testemunhas, dois carros caíram no rio. Adriana disse que ouviu pedidos de ajuda. “Ouvi pessoas gritarem ‘socorro, socorro’. Na hora que caiu e eu sair aqui para fora eu vi uma luz de um carro vindo em cima da ponte e o outro caminhão só que o caminhão não chegou a cair ficou pertinho, mas não caiu”, conta Adriana Lameira, dona de casa.

Equipes dos Bombeiros e da Marinha fazem buscas na região. O rio é profundo, então a correnteza é muito extensa. Isso causa uma instabilidade dos mergulhadores para se posicionar no fundo. E você sabe que a nossa visibilidade a zero então cuidado tem que ser de redobrado.

Na hora do acidente, quatro pessoas estavam na balsa, mas ninguém ficou ferido. Os tripulantes foram levados para a delegacia para prestar depoimento. A Capitania dos Portos disse que a embarcação não poderia estar navegando por problemas na documentação.

O Ministério Público do estado mandou um oficio ao delegado geral da Polícia Civil pedindo uma investigação minuciosa do caso. Os promotores querem detalhes da perícia e informações sobre reformas realizadas na ponte. Um dos objetivos é saber até que ponto a colisão da balsa foi determinante para derrubar a estrutura, que já vinha apresentando problemas.

Em janeiro, equipes da Secretaria Estadual de Transportes e do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura fizeram uma vistoria na ponte. Os técnicos encontraram corrosão nos pilares e nas estacas de sustentação.

“Fizemos laudo constatou-se que não havia qualquer comprometimento na sua estrutura. Nós iniciamos uma obra de recomposição das bases da ponte por precaução e prevenção. Portanto, ela estava absolutamente apta para a sua utilização”, afirma Helder Barbalho, governador do Pará.

A ponte fica na chamada Alça Viária, uma rodovia estadual que liga a região metropolitana de Belém a municípios do Nordeste do Pará, onde vivem 350 mil pessoas.

Segundo o governo do Pará, as obras para a recuperação da ponte devem durar um ano e custar cerca de R$ 100 milhões. A Secretaria Estadual de Transportes vai instalar uma rampa provisória perto da ponte para permitir a travessia de balsas.

O Corpo de Bombeiros vai retomar de manhã as buscas aos dois carros que teriam caído da ponte.