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Corujinha-do-mato é resgatada em Paulínia e ganha apelido carinhoso

Aos 81 anos Joel Ferro se diz “amante da natureza”, e não é pra menos! Aposentado, o morador de Paulínia  trabalhou por mais de 40 anos com apicultura e costumava observar os sabiás que viviam na chácara onde mora. Mas dessa vez a história foi com outra espécie de asas.

“Fui tirar as folhas caídas do coqueiro depois de uma forte chuva e encontrei duas aves caídas. Uma já estava morta e a outra estava bem debilitada”, conta o aposentado, que resgatou o filhote no início de outubro.

“Peguei a ave e aqueci no meu colo, porque ela estava muito gelada. Depois dei fubá molhado, que é o que os passarinhos geralmente comem”, lembra.

Certo de que a ave resgatada era uma tiriba, seu Joel teve que mudar o “cardápio” do filhote. “Eu tinha certeza que era um passarinho, mas aí ela começou a mudar a feição e pude ver que na verdade era uma coruja. Desde então dou bichinhos da laranja e minhocas”.

Além da refeição garantida, a corujinha-do-mato ganhou companhia e casa nova. “Ela fica nas árvores aqui da chácara, mas gosta mesmo é do pé de cabeludinha. Fiz uma caixa e instalei lá pra ela”, conta.
Tamanha proximidade com a ave fez com que Joel batizasse a nova amiga de Gertrudes.

“Esse é o nome da minha primeira professora, que me ensinou a ler e a escrever. A gente era ‘caipira do mato’ e ela tinha uma paciência danada, então ela foi muito importante pra mim
— Joel Ferro
Muitas vezes vítima de preconceito, a coruja encontrou na chácara da família Ferro um ambiente protegido. “A turma fala que coruja é ave de mau agouro, mas não é nada disso. A Gertrudes é doce, boazinha, deixa até passar a mão nela. É uma fofa”, conta Joel, que garante a liberdade da ave.

Os vários vídeos e fotos mostram todo o carinho de seo Joel pela coruja e como ela tem modificado a rotina na chácara.
“Eu entenderia se ela fosse embora, mas ela faz questão de ficar por aqui. Toda noite ela vai pra longe, mas logo pela manhã aparece novamente. Acho que ela vai para a balada”, brinca.

O cuidado com a natureza é prática antiga para o aposentado, que vê a amizade de Gertrudes como um presente. “A primeira coisa que faço no dia é tratar dela. A gente pega um amor! Tive dó de ver o bichinho ali no chão para morrer, mas fico feliz em saber que consegui reanimar ela”, completa.

“Eu gosto dela né, como eu falei, sempre fui amante da natureza. Eu trato ela muito bem, todos os dias”