Segundo a polícia, duas das vítimas chegaram a engravidar, mas foram levadas pelo autor a fazer um aborto em clínica clandestina; ele ficará preso temporariamente por 30 dias.
Um homem de 50 anos foi preso nesta quarta-feira (11) suspeito de estuprar duas filhas e uma enteada em Montes Claros, no Norte de Minas. De acordo com a Polícia Civil, duas das vítimas chegaram engravidar, mas foram levadas pelo autor a uma clínica clandestina para fazer os abortos.
A investigação sobre o caso iniciou em 2016, após a esposa do autor denunciar que era vítima de recorrentes agressões. “A esposa dele afirma que era mantida em cárcere privado, que ele a torturava psicologicamente. Ela disse que passou uma vida inteira de agressões físicas e que o marido tinha ainda uma outra esposa. Com esta denúncia, duas filhas desta mulher, sendo que uma também é filha do autor, denunciaram os estupros”.
Segundo a delegada, essas duas vítimas hoje têm 28 e 30 anos. “Elas contaram que os abusos começaram quando ainda criança. A mais nova, que é a filha do autor, afirmou que os abusos começaram quando ela tinha sete anos e chegou a achar que era normal este tipo de relação com o pai. Somente quando foi à escola ela descobriu que era algo errado”, diz a delegada.
A filha dele disse ainda durante o depoimento que chegou a engravidar do pai, mas ele a levou até uma clínica para que fizesse o aborto. “Esta vítima contou também que outra filha do homem, hoje com 17 anos, também sofreu os abusos e engravidou, mas abortou por indução do pai”, diz a delegada.
Testemunhas afirmam que a adolescente foi ameaçada para que não denunciasse o caso. Segundo a polícia, investigadores tentam localizá-la para que ela possa prestar depoimento desde o início das investigações. “A gente percebe que ele dominava toda a família. Infelizmente, ainda hoje exista o machismo e as mulheres são tratadas como objetos. Não descartamos que tenha outras vítimas destes abusos”. A menina é filha do autor com a outra esposa.
O homem foi localizado nesta quarta no Bairro Santa Laura. Segundo a PC, a prisão é temporária por 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Ele será levado para o Presídio Regional.