O Ministério Público de Paulínia denunciou o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Elizaman de Jesus Lopes, o vereador Tiguila Paes (PPS) e outras nove pessoas por extorsão, associação criminosa e crime contra a organização do trabalho. Eles são suspeitos de agir, com violência e ameaça, para obrigar empresas prestadoras de serviço da Refinaria de Paulínia (Replan) a contratar pessoas indicadas pelo grupo.

Os suspeitos foram denunciados na sexta-feira (31) e a Promotoria confirmou a informação nesta terça (4), em coletiva de imprensa junto com a Polícia Civil. A investigação encerrou o inquérito e pediu a prisão preventiva de três pessoas ligadas à uma cooperativa de trabalhadores de Cosmópolis (SP). Os três estão foragidos.

Uma decisão da Justiça determinou que o secretário e o vereador sejam afastados de suas funções. De acordo com a Prefeitura de Paulínia, Elizaman de Jesus Lopes não exerce mais a função desde segunda-feira (3) e será exonerado em uma edição especial do semanário oficial do município, que será publicada nesta quarta (5).

O vereador Tiguila Paes não esteve na sessão da Câmara de Paulínia nesta terça. O advogado que defende os dois agentes públicos informou que os servidores não inocentes e vão recorrer da denúncia. “Eles não são criminosos, a denúncia é frágil e a gente espera reverter isso na instância superior”, disse Juan Felipe Camargo Coimbra de Souza.

35 indiciados
De acordo com o delegado Rodrigo Luís Galazzo, o inquérito foi concluído com 35 indiciados. Além do vereador e secretário, todos os outros eram funcionados ligados à cooperativas que faziam protestos e paralisações para obrigar as empresas a contratar os indicados. O agente disse que a investigação ainda terá outros desdobramentos.

“Isso começou com um secretário que era assessor de um vereador. Eles faziam uma gestão junto às cooperativas. Isso gerava um prestígio político, inclusive revertido em votos”, disse o promotor do Ministério Público Andre Perche Lucke.

No dia 15 de maio, Elizaman de Jesus Lopes foi preso e exonerado pela Prefeitura de Paulínia. No entanto, quatro dias depois ele conseguiu um habeas corpus e foi nomeado novamente para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.