O ataque, que deixou cinco vítimas fatais e três feridos, na Catedral Metropolitana de Campinas, poderia ter culminado em uma tragédia de proporções ainda maiores. A ação do agressor só foi interrompida graças à rápida intervenção de dois policiais militares, que faziam patrulhamento próximo ao monumento histórico, no início da tarde de terça-feira. O 3º sargento Elson de Souza Cruz, de 31 anos, e o soldado Lucas Felipe Amaral, de 22, salvaram vidas e impediram que Euler Fernando Grandolpho, de 49, continuasse atirando dentro do templo. O atirador, que portava duas armas, se matou após ser baleado pelos PMs.

Sem entender o que estava acontecendo, os dois policiais contam que correram em direção à entrada principal da Catedral. “Estávamos na rua e escutamos barulhos de tiros vindos de dentro da Igreja. Sabíamos que eram disparos de armas de fogo, mas não tínhamos noção do que se tratava e do que nos esperávamos lá dentro”, explicou Amaral.

Já dentro do templo, a dupla acompanhou de perto o drama vivenciado pelos fiéis — muitos deles estavam tentado deixar o local. “Nos deparamos com diversas pessoas correndo. Me lembro que uma delas estava ferida e toda ensaguentada. Ficamos abrigados na primeira pilastra no hall de entrada e executamos todas as medidas de atuação que havíamos aprendido em nossos treinamentos”, contou Souza Cruz.
De acordo com ele, o tempo foi o principal adversário dos policiais na operação. “Foi o momento mais complicado, tínhamos pouco tempo e o homem estava atirando para tudo que era lado. Como havia muitas pessoas na nossa frente, não podíamos disparar porque corríamos o risco de alvejar um inocente”, comentou. “O homem atirou desde o primeiro contato visual que tivemos com ele, até o momento em que se suicidou com um tiro na cabeça”, afirmou.

Natal Seguro
No começo do mês, a Polícia Militar anunciou o reforço da segurança no Centro de Campinas, com o aumento de cerca de 60% do efetivo até o dia 24 deste mês. A operação foi intitulada como Natal Seguro e, além da PM, participam das ações integradas a Guarda Municipal e os demais órgãos de fiscalização do Município.
“Uma das preocupações do efetivo para essa época do ano foi aumentar o número de policiais na região central, por causa do aumento na circulação de pessoas que vão as ruas para as compras de Natal e Ano-Novo”, explicou Amaral. “Quando os tiros começaram, éramos os policiais mais próximos do local”, explicou.