Um homem preso no estado da Louisiana há quase quatro décadas e condenado à prisão perpétua foi libertado na terça-feira (30), depois que sua condenação por um estupro em 1979 foi cancelada e procuradores concordaram em retirar a acusação.

Malcolm Alexander, de 58 anos, sentou-se silenciosamente e sorriu largamente enquanto amigos e parentes aplaudiram e choraram quando a juíza June Darensburg ordenou sua libertação. Aproximadamente duas horas depois, ele deixou a cadeia de Jefferson Parish, no subúrbio de Gretna, em Nova Orleans.

Advogados de defesa argumentaram que o advogado do primeiro julgamento de Alexander falhou ao não destacar que a vítima tinha tido dúvidas quando o reconheceu como o homem que a atacou em 1979. Darensburg cancelou a condenação baseada no argumento de defesa ineficaz.

Evidências de DNA – que se julgavam perdida, mas foi descobertas em 2013, quando Alexander continuava insistindo em sua inocência – também desempenharam um papel na reversão, segundo advogados do projeto nova-iorquino Innocence Project que lidaram com o caso.

As evidências consistiam em pelos pubianos recolhidos na cena do crime, um banheiro na loja da vítima. Testes de DNA mostraram que os pelos combinavam, mas não pertenciam à vítima ou a Alexander, reforçando o argumento de que ele não era o agressor, disseram os defensores.

O diretor do Innocence Project, Barry Scheck, disse que a cooperação do escritório do xerife de Jefferson Parish e da Promotoria do Distrito de Jefferson Parish foram a chave para conquistar a liberdade de Alexander.
“Agradeço a todos vocês do fundo do meu coração”, disse a mãe dele, Maudra Alexander, de 82 anos, soluçando em sua cadeira de rodas, a um grupo de advogados do Innocence Project e outros quando a corte entrou em recesso.

“Rezei a minha vida inteira por isso”, disse o filho de Alexander, Malcolm Stewart. Ele e outros familiares estavam separados de Alexander – ainda algemado e vestindo um uniforme laranja da prisão – por uma grade na corte, mas puderam falar com ele, e pedir informações como o tamanho dos sapatos e roupas que ele precisaria ao ser libertado.

O promotor Paul Connick mais tarde divulgou um comunicado no qual dizia que concordava que Alexander deveria ser libertado. “Após uma extensa investigação durante os últimos dois anos e meio, concordei com os advogados de pós-condenação do Sr. Alexander que o advogado de defesa durante seu julgamento de um dia ocorrido há 37 anos forneceu uma representação ineficaz em violação dos seus direitos constitucionais”, dizia Connick no documento.